O vereador de São Paulo Rubinho Nunes (Patriota) processou o prefeito Bruno Covas (PSDB) pelo reajuste de 46,6% do próprio salário . No dia 24 de dezembro do ano passado, o tucano sancionou projeto aprovado na Câmara após o texto passar por duas votações na Casa.
Na segunda votação, o projeto passou com o placar de 34 votos a favor, 17 contra e uma abstenção. Com a sanção do tucano, o salário do prefeito, que agora é de R$ 24,1 mil, vai passar para R$ 34,5 mil a partir de janeiro de 2022.
“Podem ter certeza: os próximos quatro anos serão de pura dor e sofrimento para os aproveitadores que querem enfiar a mão no bolso do cidadão paulistano”, escreveu Nunes em uma publicação feita no Twitter.
No meu primeiro dia de mandato, já processei Bruno Covas pelo aumento do próprio salário! Podem ter certeza: os próximos quatro anos serão de pura dor e sofrimento para os aproveitadores que querem enfiar a mão no bolso do cidadão paulistano ?
Além do reajuste no salário do prefeito, também tiveram reajuste as remunerações do vice-prefeito, que foi de 47%, e dos secretários, que foi de 53%.
A aprovação recebeu críticas de alguns parlamentares por ter ocorrido na semana de Natal e após um ano de contingenciamento de gastos devido à pandemia de Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus (Sars-CoV-2).
O salário do prefeito era visto como uma trava que impedia algumas categorias do funcionalismo público de receberem salários acima dos R$ 24,1 mil. O último reajuste para o cargo havia sido em 2012.
Governador chamou Bolsonaro de “negacionista” e cita mansão do filho do presidente
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), fez duras críticas ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) durante entrevista no Palácio dos Bandeirantes, na tarde desta quarta-feira (3), quando anunciou que todo o estado vai regredir para a fase vermelha do Plano São Paulo a partir deste sábado (6).
No início da entrevista coletiva, o tucano voltou a chamar Bolsonaro de “negacionista” e disse ainda que o momento da pandemia do novo coronavírus no Brasil é o mais grave.
“Há 41 dias, o Brasil tem mais de 1.000 mortes por dia. É como se 5 aviões caíssem todo dia matando todos seus ocupantes. Isso não é normal. Isso não é banal. Não é ‘gripezinha’. É uma tragédia que pode ser ainda pior se não tomarmos medidas. Não podemos banalizar a morte”, afirmou Doria.
“Vamos enfrentar as duas piores semanas da pandemia desde o início, em fevereiro do ano passado. Essa é a triste realidade de um país comandando por um negacionista, que não tem Ministério da Saúde”, declarou o governador de São Paulo.
João Doria também culpou Bolsonaro pelas mortes na pandemia e chamou o presidente de “pária”. “A culpa é sua, por ser, além de incompetente, negacionista. O senhor é um pária no Brasil e um pária no mundo”, disse.
O governador lamentou os óbitos no Brasil e cobrou a defesa da vida e da ciência por parte do presidente do Brasil. “Muitos dos brasileiros que estão enterrados neste momento estão enterrados porque o senhor não teve capacidade de fazer aquilo que deveria fazer: liderar o Brasil contra a pandemia, defender a vida e a saúde dos brasileiros”, criticou Doria referindo-se ainda a Bolsonaro como o “mito da mentira, das inverdades, da incompetência, da displicência”.
Doria também fez referência à compra de uma mansão em Brasília pelo filho mais velho do presidente, o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ). “Não disputo eleições para extrair vantagens pessoais, comprar imóveis, fazer ‘rachadinhas’ ou para proteger filhos. Fui eleito na decência e no respeito à democracia para proteger o que há de sagrado na Constituição e na vida. Enquanto for governador, vou me posicionar dessa maneira”, afirmou.
Bolsonaro, após recorde de mortes por Covid-19: “Criaram pânico” Um dia depois de o país registrar novo recorde de mortes diárias causadas pela Covid-19, o presidente Jair Bolsonaro falou a apoiadores sobre a pandemia. “Criaram pânico, né? O problema está aí, lamentamos. Mas você não pode entrar em pânico. Que nem a política, de novo, do fique em casa. O pessoal vai morrer de fome, de depressão?”, disse Bolsonaro. O vídeo com o diálogo foi divulgado em redes sociais. “Para a mídia o vírus sou eu”, acrescentou o presidente.
Eleições em 2022
O tucano negou que as críticas direcionadas ao presidente visam às eleições presidenciais de 2022: “Não é hora de tratar de eleição, é hora de proteger vidas da nação. Isso que deve ser prioridade e isso que meus colegas governadores estão fazendo neste momento”.
“Não pauto a minha vida em popularidade ou necessidades eleitorais. Eu pauto a minha vida pela existência e pelo respeito às pessoas. Isso que me trouxe à vida pública. Não vivo as benesses do poder, não usufruo. A mim importa a credibilidade de alguém que, enquanto governador, lutou pela vida. Não tenho medo e ameaças que tenho recebidos nos últimos meses”, acrescentou Doria.