Ex-presidente Lula e o atual presidente, Jair Bolsonaro
Nova pesquisa Datafolha divulgada nesta quarta-feira (27) mostra que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem vantagem no eleitorado jovem, de 16 a 29 anos, nas 12 maiores capitais brasileiras. Segundo os dados, o petista tem 51% das intenções de voto contra 20% do presidente Jair Bolsonaro (PL).
Atrás dos dois candidatos, estão Ciro Gomes (PDT), com 12% e André Janones (Avante), com 2%. Simone Tebet (MDB), Pablo Marçal (Pros), Vera Lúcia (PSTU), Leonardo Péricles (UP) e Sofia Manzano (PCB) marcaram 1% cada.
Luciano Bivar (União Brasil), General Santos Cruz (Podemos), Felipe D’Ávila (Novo) e José Maria Eymael (DC) não pontuaram.
Confira os resultados:
Lula (PT) – 51%;
Jair Bolsonaro (PL) – 20%
Ciro Gomes (PDT) – 12%;
André Janones (Avante) – 2%;
Simone Tebet (MDB) – 1%;
Pablo Marçal (Pros) – 1%;
Vera Lúcia (PSTU) – 1%;
Leonardo Péricles (UP) – 1%;
Sofia Manzano (PCB) – 1%%;
branco/nulo – 8%;
não souberam ou não responderam – 3%.
No levantamento realizado entre jovens de 16 a 24 anos, divulgado em junho pelo Datafolha, os eleitores da faixa etária marcavam Lula com 54%, Bolsonaro com 24% e Ciro, com 10%. O grupo, de acordo com o instituto, representa 15% da população brasileira.
Em relação às preferências dos entrevistados para o primeiro turno das eleições, marcadas para outubro deste ano, conforme o posicionamento político:
32% disseram ser de esquerda,
30% disseram ser de centro;
33%, disseram ser de direita.
Conforme os dados, entre os que se declaram de direita, Bolsonaro tem vantagem de 42%, ante 35% de Lula e 7% de Ciro Gomes. Já entre os que se dizem de esquerda, Lula marcou 78% das intenções, seguido por Ciro, com 11%, e Bolsonaro, com 4%. Nos de centro, o petista pontuou 40%, contra 19% de Ciro e 14% do atual presidente.
Preferência no 2º turno
Em uma simulação feita pelo instituto para um segundo turno entre Lula e Bolsonaro, 61% dos entrevistados disseram votar no petista e 27%, no atual presidente. Entre os ouvidos pelo Datafolha, 11% afirmaram que votariam em branco, nulo ou em nenhum dos candidatos; 1% não soube responder.
De acordo com o levantamento, neste cenário, 52% dos votos de Ciro vão para Lula. Entre os apoiadores do pedetista, 25% disseram que votariam em Bolsonaro.
A maioria dos jovens (67%) disseram não votar de jeito nenhum no atual presidente, e 32% afirmaram que não votariam em Lula, enquanto 22% não votariam em Ciro.
Avaliação do atual governo
Entre os jovens entrevistados, 55% disseram considerar o governo de Bolsonaro como ruim ou péssimo; 13% acham o presidente ótimo ou bom; enquanto 31% classificaram como regular. Os que não souberam responder somam 1%.
Para realizar a pesquisa, o instituto ouviu 935 eleitores de 16 a 29 anos em São Paulo, Rio, Belo Horizonte, Salvador, Fortaleza, Recife, Porto Alegre, Curitiba, Goiânia, Brasília, Manaus e Belém, entre os dias 20 e 21 de julho. A margem de erro é de três pontos para mais ou para menos e o levantamento está registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número 05688/2022.
Em entrevista ao podcast “Flow”, o presidente Jair Bolsonaro (PL) disse que “o Brasil é o país com menos sofreu com a Covid-19” logo no início da conversa. Hoje, o país ultrapassa o número de 680 mil mortes por conta do coronavírus. O candidato à Presidência também questionou a imunização contra a doença e voltou a defender os medicamentos ineficazes.
O mandatário ainda admitiu ter recebido orientações para evitar o assunto para perder eleitores, mas disse não se importar e que prefere dizer “a verdade”, segundo ele.
Apesar da fala de Bolsonaro, pesquisas mostram a queda no número de mortes acompanham o avanço da vacinação. Ele ainda disse que preferiu não se vacinar contra a Covid-19, embora tenha imposto sigilo de cem anos em sua carteira de vacinação.
“O pessoal me recomenda: ‘não toque nesse assunto’. Poxa, eu tenho que valar a verdade para o pessoal. Não quer votar mais em mim, lamento, né, posso fazer o quê? Eu tenho que falar a verdade”, disse o presidente.
Enquanto Bolsonaro falava sobre a questão da pandemia durante a entrevista, o programa exibido pela plataforma Youtube, destacava na legenda: “Lembre-se de pesquisar tudo o que foi dito neste programa”.
“Eu não tomei vacina. Me recomendaram até a tomar uma água destilada. Eu não vou. Posso enganar a você, mas não vou enganar a mim. Influencia alguns (a não tomar a vacina). Não é que a minha palavra tá valendo, eles foram ler a bula”, disse.
Bolsonaro citou estudos de Israel que apontam a perda de eficácia da vacina da Pfizer. Entretanto, a aplicação da quarta dose para adultos acima de 40 anos, imunossuprimidos e profissionais de saúde quatro meses após a terceira dose, é recomendada pelo Ministério da Saúde.
Apesar das críticas, Bolsonaro disse que as doses de vacina contra o coronavírus seguirão sendo disponibilizadas:
“Tem gente que quer tomar a terceira, quarta dose. Sem problema nenhum, enquanto quiser tomar, vamos dar a vacina. Agora, respeite quem não quer tomar a vacina”, disse.
Ademais, o presidente voltou a defender medicamentos comprovadamente ineficazes contra a Covid-19, como a hidroxicloroquina.
“Eu acho que deviam tomar. Eu tomei e fiquei bem, 90% tomaram e tão bem”.
Bolsonaro ainda diz que a “liberdade médica” foi cassada durante a pandemia.
“O meu ministro da saúde, o tal do Mandetta, ele fez um protocolo e quem tava com Covid ia pra casa e quando sentia falta de ar, ia para o hospital. Aí eu falei ‘ vai pro hospital fazer o que? Ser intubado?’. Por que você não garante a liberdade do médico de clinicar seu paciente? Porque o médico sabe disso. Se chega alguém que tá passando mal que pode morrer, ele pode receitar alguma coisa em comum acordo com o paciente ou com a família”.
O Chefe do Estado também comentou sobre a questão do contrato da Pfizer ter chegado no Brasil e ele não ter aceitado prontamente, questão tratada durante a CPI da Covid, onde foi divulgado que 101 e-mails com ofertas de venda e reforço da disponibilidade das doses foram ignorados pelo governo brasileiro, o que poderia ter adiantado o início da vacinação no Brasil.
Bolsonaro justificou que a oferta chegou em maio de 2020 e não aceitou, pois, segundo ele, a farmacêutica não se responsabilizava pelos efeitos colaterais.
“Me acusam de não ter comprado vacina. Li o contrato da Pfizer e tava escrito: “Não nos responsabilizamos pelos efeitos colaterais”. Falei não, pô”.
Antes de estar disponível para o cidadão, qualquer vacina ou medicamento passa primeiramente pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). A agência avalia os estudos de eficácia da vacina, ou seja, quanto que ela funciona, e os estudos de segurança, isto é, as reações adversas, efeitos colaterais e problemas observados nas pessoas que se vacinaram. Ou seja, é verdade que as empresas não se responsabilizam pelos possíveis efeitos colaterais, mas ela dispõe de dados, resultados e acompanhamentos para que uma agência de saúde possa aprovar ou não um imunizante com segurança. Se aprovado, é porque a vacina tem sua segurança cientificamente comprovada.