Pouco tempo depois de as aulas começarem em Uberlândia, parte das escolas da rede estadual aderiu à greve da categoria mineira, que já dura 28 dias. Na cidade, cerca de 35 escolas estão total ou parcialmente paralisadas.
A informação é do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (Sind-Ute). O Estado também se posicionou e disse que vem negociando com a categoria. O retorno completo está abaixo.
O sindicato informou, ainda, que o governo estadual segue sem apresentar proposta de negociação para os servidores da educação e demais categorias e que a greve já alcançou 18 dias letivos.
Entre as razões listadas, a “categoria destaca a Lei do Piso Salarial 21.710/2015, incluída na Constituição do Estado e ignorada por Zema, e o sancionamento da emenda 02/2020 que estende o reajuste salarial à categoria da Educação e outras categorias além da Segurança Pública”.
A reportagem do MG1 verificou que pais e estudantes ficam no meio do impasse. Uma das escolas consultadas, a Messias Pedreiro, informou que todas as pessoas que entram em contato pelo telefone ou redes sociais do colégio têm a resposta do andamento das negociações. E, quando não há informação, é sugerido ao reclamante entrar em contato com a Superintendência de Ensino.
O João Paulo, estudante de 17 anos, descobriu no segundo dia de aula que a escola que ele estuda também ia aderir à greve geral da educação pública. Ele disse que a mãe dele chegou a procurar escolas particulares com medo de que a greve demore muito.
“O medo é que todo esse período sem aulas prejudique o filho em um momento tão importante como o último ano do ensino médio”, disse a mãe dele, Lucélia Mesquita.
Mãe da estudante Kamilly de Oliveir, Kellen de Oliveira acredita que a greve foi longe demais.
”Desde o começo da greve, tenho buscado informações na escola onde minha a filha deveria estar estudando, mas até agora não faço ideia de quando o ano letivo deve realmente começar”, disse.
A Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag) informou que vem recebendo e dialogando com representantes dos sindicatos de todas as categorias. Até o momento, 70% dos servidores da Educação receberam o 13° salário integral.
Para concluir o pagamento, o Governo do Estado conta com a operação financeira do nióbio. A Seplag informa, ainda, que a remuneração inicial na rede estadual é de R$ 2.135,64 para a carga horária vigente de 24 horas semanais. Considerando a proporcionalidade sobre o valor do vencimento básico, equivale a R$ 3.304,23 para uma jornada de 40 horas, atendendo à legislação nacional.
A Secretária de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE/MG) reafirma que respeita o direito constitucional de greve dos servidores da Educação do Estado e reitera que tem mantido um diálogo franco e aberto com representantes sindicais.
O balanço apurado nesta terça-feira (10/03) apontou que cerca de 93,3% das escolas públicas estaduais mineiras tiveram funcionamento normal ou parcial. A taxa de resposta para o levantamento da SEE/MG foi de 96,1%, de um total de 3.613 unidades escolares do Estado.