Governador Cláudio Castro tentou agilizar obras dias antes do veto da lei eleitoral
Às vésperas do veto da Justiça Eleitoral a participação de candidatos em inaugurações de obras e projetos públicos, data estabelecida ontem, a três meses das eleições, o governador Cláudio Castro (PL) intensificou a sua agenda para manter o capital político. Nas últimas semanas, ele participou do lançamento de obras habitacionais, inaugurou campos de futebol e fez questão de estar presente na entrega de leitos hospitalares, em compromissos espalhados pelo estado.
Correndo contra o tempo, Castro participou de 18 agendas em apenas uma semana. Em algumas delas, esteve ao lado de ex-secretários pré-candidatos, que apesar de não comandarem mais as pastas, referendam projetos como se ainda ocupassem os postos.
No dia 24, por exemplo, em pouco mais de 12 horas, Castro esteve presente no marco inicial das obras de reforma do Conjunto Habitacional do Jacarezinho, na Zona Norte, e correu para a Zona Oeste, onde participou de inaugurações de bases do Samu, em Campo Grande e em Bangu. Na mesma tarde, também bateu ponto em abertura de unidades hospitalares em Ricardo de Albuquerque e no Centro.
Sem perder tempo, mandou-se para a Baixada Fluminense. Lá, entregou aparelhos auditivos em Duque de Caxias. Antes que o sol caísse, foi a Padre Miguel, na Zona Oeste, onde concedeu termos de posse aos moradores do local.
Campos de futebol
Mas nem só de entregas de obras e serviços essenciais se fez a agenda do governador: no último domingo, ele peregrinou por bairros da capital como Realengo, Anchieta e Campo Grande para inaugurar campos de futebol. Ao lado do deputado estadual Rodrigo Amorim (PTB) e do ex-secretário de Esportes do Rio Gutemberg da Fonseca (PL) — ambos também pré-candidatos nas eleições deste ano —, participou de uma sessão de fotos e ressaltou a importância da entrega.
A despeito da roupa social que vestia, o governador foi para baixo das traves e tentou agarrar pênaltis batidos pelos presentes. Se o desempenho sob as balizas não foi dos melhores, ao menos colecionou aplausos ao prometer mais entregas do tipo para a região.
“Esse é mais que o lançamento de um campo. É o lançamento de um projeto. Vamos reformar 70 campos de futebol, todos dentro de comunidades, para que possamos retomar o esporte como importante instrumento de inclusão social, de integração e socialização das famílias”, prometeu.
Pedra fundamental
Na quarta-feira passada, Castro participou de rápidas atividades de início de obras em Manguinhos e Inhaúma, ao lado do ex-secretário de Obras Max Lemos, que se candidatará novamente neste ano; na quinta, Castro almoçou junto dos que participaram da inauguração do Restaurante do Povo em Belford Roxo. No município, ele ainda lançou a pedra fundamental do hospital oncológico.
Desde ontem, a legislação eleitoral também proíbe a distribuição gratuita de bens e serviços custeados ou sancionados pelo poder público.
Ciro Gomes usou o Twitter para criticar seus adversários
Nesta sexta-feira (12), Ciro Gomes (PDT) usou seu perfil no Twitter para afirmar que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL) não vão aos debates por “contradição moral”. O candidato também criticou o modelo econômico dos seus adversários.
“Bolsonaro e Lula não estão aceitando participar dos debates porque ambos não têm como explicar suas próprias contradições – nem a contradição moral da corrupção nem a contradição do mesmo modelo econômico que praticam, que só produz desigualdade”, declarou o presidenciável.
Ciro também acusou os dois primeiros colocados nas pesquisas de intenções de votos de se preocuparem em beneficiar mais os ricos do que os pobres. “Fiquem atentos: os dois candidatos que lideram as pesquisas estão comprometidos com o mesmo modelo econômico, que transformou nosso país numa máquina de transferir renda do povo para 10 mil famílias de barões do sistema financeiro”, publicou. “E com o mesmo modelo de governança política – o mesmo que botou a corrupção no centro da vida pública brasileira”.
Por fim, ele escreveu: “Minha irmã, meu irmão, não dê o seu voto precioso a quem não aceita sequer ir aos debates para apresentar propostas para o futuro do Brasil. Como disse Einstein, ‘Insanidade é continuar fazendo sempre a mesma coisa e esperar resultados diferentes’”.
Bolsonaro e Lula não estão aceitando participar dos debates porque ambos não têm como explicar suas próprias contradições – nem a contradição moral da corrupção nem a contradição do mesmo modelo econômico que praticam, que só produz desigualdade.
Minha irmã, meu irmão, não dê o seu voto precioso a quem não aceita sequer ir aos debates para apresentar propostas para o futuro do Brasil. Como disse Einstein, “Insanidade é continuar fazendo sempre a mesma coisa e esperar resultados diferentes”.