Nesta semana, Bolsonaro fez uma live e atacou a TV Globo após reportagem que ligou ele á morte de Marielle Franco
Um levantamento divulgado pela Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) nesta sexta-feira (1º) mostra que o presidente Jair Bolsonaro fez 99 ataques à imprensa em 2019. De acordo com o levantamento da entidade, os ataques a algum veículo de comunicação ou a um jornalistas foram feitos ao menos duas vezes a cada semana neste ano.
Os dados foram leventados com base nas declarações do presidente nos discursos do presidente, em entrevistas oficiais e em publicações no Twitter e no Facebook . Como as contas nas redes sociais são vinculadas uma à outra, nesse caso foi feita uma contabilização para cada ocorrência registrada. Foram avaliadas todas as ocasiões em que o presidente se refere a jornalistas, mídia, imprensa e produção de notícias.
A Fenaj publica o levantamento um dia antes do Dia Internacional pelo Fim da Impunidade dos Crimes contra Jornalistas , lembrado em 2 de novembro. A ideia é que o relatório seja publicado a partir de hoje em todo início de mês. “A Fenaj e todas as instituições que prezam pela democracia não podem aceitar a institucionalização da violência contra jornalistas e das ameaças à liberdade de imprensa como prática de um governo”, afirma a presidenta da Fenaj, Maria José Braga.
Nesta semana, Bolsonaro fez dois ataques a veículos de comunicação. O primeiro deles foi à TV Globo após uma reportagem do Jornal Nacional que ligou o presidente ao assassinato da ex-vereadora carioca Marielle Franco , morta em 2018.
A reportagem dizia que um porteiro do condomínio onde Bolsonaro tem casa afirmou que o presidente autorizou a entrada de Élcio Queiroz no local. Ele é suspeito de envolvimento na morte de Marielle. Em depoimento à Polícia Civil do Rio de Janeiro, o funcionário, que está tendo sua identidade preservada, disse, no entanto, que Élcio teria se dirigido à casa de Ronnie Lessa, suspeito de ter efetuado os disparos contra Marielle e o motorista Anderson Gomes.
O apresentador José Luís Datena chegou a questionar o presidente se isso não era uma forma de censura, mas ele negou. “Não é uma forma de censura, nada.”
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), seguiu a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, e determinou a abertura da CPI que investigará a atuação do governo federal no combate à pandemia da Covid-19.
Além da investigação sobre omissão do governo federal na crise sanitária, será investigado também o uso de recursos da União repassados a estados e municípios, acatando pedido do senador Eduardo Girão (Podemos-CE).
A partir de hoje, líderes de partidos terão 10 dias para indicarem integrantes que irão compor a Comissão Parlamentar de Inquérito.
Segundo Pacheco, as propostas de CPI tratam de “assuntos conexos” e que há precedente para a unificação de objetos determinados de dois pedidos distintos.