Maia ameaçou dar prosseguimento nos processos contra Bolsonaro em seu último dia como presidente da Câmara
Neste domingo (31), após o DEM decidir abandonar o bloco do deputado Baleia Rossi na disputa pela presidência da Câmara , dizendo em nota que vai liberar a bancada na votação, o “racha” causado dentro do partido fez com que Rodrigo Maia, um dos principais nomes da sigla tomasse uma decisão: sem alternativas, ele disse que irá aceitar um dos diversos pedidos de impeachment abertos contra Jair Bolsonaro.
Segundo informações do blog da jornalista Natuza Nery, a decisão ocorreu durante reunião tensa entre os líderes do DEM , na qual o presidente da sigla, ACM Neto, confirmou a decisão, vista como um “tiro de misericórdia” na campanha. Políticos presentem na ocasião teriam apoiado a decisão e aconselhado Maia a aceitar todos os pedidos em aberto e que hoje estão “na gaveta”.
Ainda de acordo com a publicação, a mudança de postura também foi criticada por integrantes da oposição que prometeram reagir e ameaçaram retirar o apoio ao candidato do partido na disputa no Senado , Rodrigo Pacheco. Sem o bloco da esquerda, a candidatura “sairia da zona de conforto e passaria a correr riscos”.
“Racha” na véspera da eleição
“Em reunião realizada neste domingo (31), a Executiva Nacional do Democratas decidiu assumir postura de independência no processo de eleição da Mesa Diretora da Câmara, sem a formalização de apoio a nenhum dos blocos”, disse a sigla no texto divulgado horas antes da reunião.
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Ainda de acordo com a nota, a definição foi tomada “pela unanimidade dos membros da Executiva, visando a preservação da unidade partidária”. Ao Globo, o líder da bancada, Efraim Filho (PB), afirmou que ele e o presidente da sigla, ACM Neto , fizeram uma “avaliação de cenário” e concluíram que a independência seria o melhor encaminhamento neste momento.
Procurado, Maia avaliou que a decisão não interfere na candidatura de Baleia porque “os votos já estavam cristalizados”: “prevaleceu a posição histórica de um partido de direita. Trabalhamos pra trazê-lo para o caminho de centro, mas a natureza de direita prevaleceu”.
Com a mudança, ampliou-se a dianteira do adversário de Rossi, Arthur Lira (PP-AL), na composição partidária. Seu bloco reúne 11 partidos e 255 deputados. Já o de Baleia tem 10 legendas, totalizando 209 parlamentares. Os blocos são importantes porque balizam a divisão dos demais cargos na Mesa Diretora. Mas o voto é secreto e os deputados não são obrigados a seguir a orientação partidária.
Mesmo com o DEM rachado, Maia vinha buscando apoio para que o seu partido apoiasse Rossi. De outro lado, Elmar Nascimento (DEM-BA) e outros parlamentares tentaram fazer com que a legenda integrasse o bloco do parlamentar do PP. Ele tinha o suporte dos ministros do DEM que participam do governo Bolsonaro, Tereza Cristina (Agricultura) e Onyx Lorenzoni . Ambos são deputados e já retornaram ao mandato apenas para votar em Lira.
Em outra frente, o ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, passou a trabalhar pessoalmente para que os parlamentares da sigla integrassem o bloco de Lira .
Na manhã desta quarta-feira (03), o vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB), disse que “qualquer coisa” considerava válida contra o novo coronavírus, deve ser usada. Ele havia sido questionado sobre a possibilidade de importação do spray nasal de Israel . As informações foram apuradas pelo Metrópoles.
“A medicina brasileira conseguiu desenvolver uma série de procedimentos – e aí vai de acordo com cada profissional de saúde – que permite que hoje, 97,5% das pessoas que são infectadas não tenham problema nenhum e se curem da doença. Qualquer outra coisa que for válida, comprovadamente, pode ser utilizada”, declarou.
O presidente Jair Bolsonaro , desde de o início do mês de fevereiro, vem afirmando que mandaria uma comitiva até Israel e m busca da medicação que ainda se apresenta na fase de testes . Na terça-feira (02), Bolsonaro confirmou que no próximo sábado (06), uma comitiva brasileira chefiada pelo chanceler brasileiro Ernesto Araújo, será enviada.
“Decisão é decisão, não compete a mim analisar. Vamos lembrar o seguinte: a vacina é o último remédio que nós temos, aquele que vai realmente impedir que a pessoa mesmo sendo contaminada entre numa situação crítica que pode levar ao óbito”, afirmou Mourão em relação a decisão de enviar a comitiva a Israel.
Na última sexta-feira (26), o ministro da Saúde de Israel, Yuli Edelstein, declarou que 50% da população do país já recebeu a primeira dose da vacina contra a covid-19 e que 35% desse número, já foi vacinado com a segunda dose do imunizante, ou seja, menos 95,8% de risco da população israelense se contaminar com a covid-19.
O spray nasal ressaltado pelos políticos ainda está na fase de avaliação e foi testado somente em 30 pessoas. Os pesquisadores contam que os testes foram realizados entre pessoas de 18 a 85 anos, mas não deixam explícito a idade dos participantes do experimento.
Segundo o governo israelense, o spray deve ser inalado uma vez durante o dia, levando alguns minutos, pelo período de cinco dias, para os pacientes que recebem tratamento em hospitais para a infecção. Ele é focado para o tratamento dos pulmões. Caso ele seja autorizado e trazido para o Brasil, deverá passar pela aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária ( Anvisa ).